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Exercícios Terapêuticos

   Durante o processo de reabilitação das disfunções do joelho, o fisioterapeuta utiliza várias formas de exercícios voltados para o tratamento. Eles são selecionados de acordo com as disfunções apresentadas, características biológicas, sociais e psicológicas de cada paciente.

Esses exercícios são importantes para garantir melhora da dor e capacidade funcional, mas também são realizados para prevenir futuras lesões, por isso devem sempre ser orientados e acompanhados por um profissional habilitado.

 

  • ALONGAMENTO

 

    Alongamento é qualquer técnica utilizada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e consequentemente melhorar a amplitude de movimento de uma articulação ou uma série de articulações que sofreram encurtamento adaptativo e tornaram-se hipomóveis (movimento diminuído).

     Apenas com adequada avaliação realizada pelo Fisioterapeuta é possível identificar as estruturas que estão restringindo o movimento e realizar manobras específicas de alongamento.

     Os fatores determinantes para um alongamento efetivo são:

 

- Alinhamento e estabilização do segmento a ser alongado;

- Baixa intensidade para não estressar as estruturas alongadas;

- Duração adequada: entre uma e três séries de 30 a 60 segundos cada;

- Modo: alongamento manual, mecânico, passivo, assistido, auto-alongamento ou com inibição neuromuscular.

 

         As principais contra-indicações para o alongamento são: bloqueio ósseo, fratura recente, processo inflamatório ou infeccioso agudo, exacerbação da dor e hipermobilidade.

 

 

 

  • FORTALECIMENTO

 

    O fortalecimento muscular é alcançado por exercícios resistidos no qual uma contração muscular dinâmica (com movimento) ou estática (sem movimento) é resistida por uma força externa.

      Devem ser recomendados não somente para indivíduos que apresentam fraqueza muscular, mas também para fadiga, instabilidade, falta de coordenação e melhora na ativação muscular.

      Pode ser realizado de forma localizada, com exercícios específicos para uma musculatura ou grupo muscular afetado, ou pode ser realizado de forma global, envolvendo músculos de várias partes do corpo.

       Os exercícios resistidos podem ser classificados de acordo com o tipo de contração exigida:

 

- Isométricos: quando você a força interna (músculo) é igual a força externa (peso, máquina, fisioterapeuta), dessa forma não há movimento;

- Isotônico Concêntrico: quando a força interna é superior a força externa, ocorre movimento na direção do encurtamento muscular;

- Isotônico Excêntrico: quanto a força interna é inferior a força externa, ocorre movimento na direção do alongamento muscular;

- Isocinético: quando a velocidade angular do movimento é constante, porém a carga é variável, garantindo resistência máxima apropriada em toda amplitude articular. Esse tipo de exercício só é realizado em equipamentos específicos.

 

       Os exercícios também podem ser classificados como:

 

- Cadeia Cinética Aberta: envolvem movimentos nos quais o segmento distal fica livre. Por exemplo, cadeira extensora para fortalecimento do músculo quadríceps femoral;

- Cadeia Cinética Fechada: envolvem movimentos nos quais o corpo se move sobre um segmento distal fixo. Por exemplo, agachamento e apoio de frente.

 

      Durante exercícios de fortalecimento muscular, o Fisioterapeuta deve estar atento à temperatura do ambiente, presença de dor, movimento incorretos, fadiga muscular, respiração, dor muscular tardia e outras doenças que o paciente possa apresentar, tais como hipertensão, diabetes, etc.

 

 

  • EXERCÍCIOS AERÓBICOS:

 

         O exercício é classificado como aeróbico dependendo da via metabólica que utiliza para obter energia, essa via deve utilizar o oxigênio como substrato principal para quebra da fonte energética e obtenção da energia necessária.

         É utilizado para melhorar a resistência à fadiga. Essa característica confere ao paciente capacidade de trabalhar por períodos prolongados de tempo sem sofrer fadiga precoce. A resistência muscular à fadiga refere-se a um grupo muscular específico e a resistência cardiovascular à fadiga refere-se a grandes grupos musculares durante exercícios de corrida, nado, ciclismo, entre outros. O Colégio Americano de Medicina do Esporte possui alguns guidelines para avaliação e prescrição adequada de exercícios aeróbicos para diferentes perfis de pacientes. O Fisioterapeuta deve estar ciente dessas informações para sucesso no tratamento.

         Normalmente são exercícios realizados de forma global, envolvendo vários grupos musculares simultaneamente, por isso os benefícios se estendem para todo o organismo.

 

 

 

  • TREINAMENTO SENSÓRIO-MOTOR:

 

         Lesões no joelho alteram as propriedades proprioceptivas e cinestésicas dessa articulação pelo aumento do limiar de ativação dos mecanoreceptores, isso prejudica o feedback aferente e altera a resposta somato-sensorial. Essas alterações podem causar perpetuação da sintomatologia, instabilidade articular e risco de futuras lesões.

         Os exercícios de Treinamento Sensório-Motor colocam o paciente em situação desafiadora para manter o equilíbrio, coordenação e precisão do movimento, sendo necessárias diversas estratégias proprioceptivas para garantir um movimento harmônico.

        Esses exercícios garantem movimentos precisos e suaves, melhora da atividade muscular e reduzem instabilidades (como o falseio do joelho). Ele garante que a atividade será realizada da melhor maneira possível, do ponto de vista biomecânico.

       Esse tipo de treinamento intervém através de estímulos em receptores musculares e articulares responsáveis por auxiliar o controle do movimento. Esses mecanismos são ativados e treinados, o que irá garantir, ao término do tratamento, um movimento adequado do indivíduo independente da situação.

         O treino sensório-motor deve ser progressivamente evoluído dentro do tratamento fisioterapêutico:

 

- Olhos abertos → Olhos fechados;

- Base larga → Base estreita;

- Superfície estável → Superfície instável;

- Tarefa simples → Tarefa complexa

 

 

  •  RETORNO ÀS ATIVIDADES:

   

    A última etapa do processo de reabilitação tem como objetivo preparar o paciente para retornar as suas atividades normais, além de utilizar estratégias para prevenir lesões recidivantes.

     O retorno às atividades deve acontecer de forma gradual até que se alcance o resultado desejado. Na preparação para o retorno às atividades, o Fisioterapeuta deve conhecer a demanda diária e esportiva de cada paciente para realizar exercícios que reproduzam com maior especificidade possível as necessidades de cada um. Dentro do programa de retorno às atividades podem ser incluídos exercícios funcionais e pliométricos.

 

- Exercícios funcionais:       

 

    Exercícios funcionais são aqueles focados nas necessidades de cada indivíduo e que buscam simular suas atividades diárias e esportivas. Esses exercícios acionam articulações e músculos de forma global, desenvolvendo coordenação motora, flexibilidade, agilidade, equilíbrio, força e aptidão cardiorrespiratória. Os exercícios funcionais podem ser realizados com o auxílio de vários equipamentos, como bolas, pranchas, camas elásticas, rampas e escadas.

 

- Exercícios pliométricos:

 

     Exercícios pliométricos são aqueles em que o músculo se alonga e se encurta em alta velocidade, ou seja, envolvem uma breve contração excêntrica seguida de uma contração concêntrica explosiva. Esta sequencia de contrações é denominada de Ciclo Alongamento-Encurtamento. Sua principal característica é a capacidade de armazenar energia elástica na musculatura e tecido conjuntivo para que seja utilizada durante a contração concêntrica deste mesmo músculo.

      Esses exercícios tem como objetivo melhorar a potência muscular e são apropriados para indivíduos selecionados que pretendem retornar as atividades funcionais ou recreativas de alta demanda, como no caso de atletas.

 

 

 

 

 

 

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